Mais do que propor uma espécie de futurologia, Éden é uma distopia. Como toda distopia, esta tem a pretensão de criticar alguns aspectos da sociedade presente: seu modo de organização, sua cultura e suas ideias. Nunca se imagina que será dado cabo de todas as ideias que se apresentam em uma distopia. Sempre trabalhamos com hipérboles. Dessa forma a proposta de Éden é fazer um interessante exercício de reflexão: e se tais ideias, que atualmente circulam nas mais altas esferas intelectuais, fossem levadas até suas últimas consequências, o que nos aconteceria? Éden é uma tentativa de mostrar algumas dessas possíveis consequências
Quando falamos de distopia, pensamos obviamente nos clássicos e conhecidíssimos Admirável Mundo Novo e 1984 (bem como os não tão conhecidos assim, O Zero e o Infinito e Laranja Mecânica). Ao planejar Éden, contudo, não tinha esses livros como inspiração primeira. Livros que, em tese, sairiam um pouco dessa temática, apareceram como fonte de inspiração muito maior do que as clássicas distopias. Por exemplo, Imanuel Kant e sua ideia de paz perpétua, Carroll Quigley em Tragedy and Hope ou o próprio David Rockfeller com seu livro de memórias. Obviamente que com esses livros avançamos para um tênue limite entre verdade, especulação e teorias conspiratórias. Em termos de tema para estudo, tomei muita prudência ao enveredar por esse caminho. Em relação a criação ficcional, no entanto, não tive muitas preocupações. Literatura ficcional é a criação de pessoas, situação e mundos possíveis. São todas as possibilidades humanas que se apresentam na ficção, mesmo que nunca, em nenhuma circunstância, se realizem no mundo real. Éden, com isso, é uma das possibilidades que o ser humano pode chegar. É um mundo possível!
Em relação a escolas literárias, tentei seguir com a tradição brasileira do realismo. Ademais o estilo é simples e claro, não se apegando muito a divagações intimistas nem ao subjetivismo. Tive a intenção de, com Éden, contar uma história que tivesse começo, meio e fim. Queria contar uma história que penetrasse fundo na alma das pessoas, que valesse a pena ser contada. Agora, acredito eu, escrevi uma história que vale pena ser lida por outras pessoas. Espero não estar errado.
Número de páginas | 323 |
Edição | 1 (2019) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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