São páginas onde concentrei as minhas experiências e estudos.
A ilustração da capa deste livro foi feita pelo talentoso Mário Fernando Zanchin e é intitulada “Lua, o Sol dos dementes”, remetendo a um poema do parnasiano Raimundo Correia. Este e Augusto dos Anjos sãoa inspiração para esta obra em poesia que faz parte de uma “trilogia da loucura”, junto com o livro de contos “Psicotomia” e o “Altos e Baixos da Afetividade”.
O cerne deste livro são os trinta sonetos organizados na parte “Facetas da Alma”, onde disseco e suturo essas palavras sob vozes inspiradoras e magistrais; recorto o verbo e o moldo no ritmo e forma do pensamento lúcido, pois deve haver muita consciência e lucidez para se falar da loucura, tema no qual julgo ter boa autoridade pelo que já vivi, cuja temática é difícil de ser exposta sem que haja críticas e sardonismo, mas há que se falar deste lado cinzento da alma humana, dentro da qual aprofundei-me em mergulhos de olhos bem abertos, causando talvez o mesmo espanto que temos pela primeira vez que lemos o mestre do esdrúxulo Augusto dos Anjos, mas fora-me necessário escrevê-los. Sei do seu valor e só o tempo o irá confirmar, pois enquanto a ciência tarda, a Literatura avança anos-luz.
Já o longo poema “Homem Cinzento” também traz muito do vocabulário cientificista e grey, nos moldes modernos, embora melodioso e simbolista. Uma melodia das cinzas deste mundo sobre um personagem que viveu como quem morre e morreu como quem vive num mundo de terror e cinzas, levando-o a um julgamento insólito.
“Greya” é um poema de vinte e cinco estrofes na oitava rima. A fôrma que Camões usou na sua epopeia foi aqui revisitada para descrever uma sucinta história dos males que afligem a humanidade; doenças que vêm desde o começo dos tempos até hoje e a luta do Homem para livrar-se delas, embora não haja vacina (ou remédio) para uma causa pior: o pecado. Sua linguagem abusa do jargão científico e é nauseante como o tema.
“Vade Mecum” foi o último poema a ser escrito para esta obra, em versos alexandrinos, com a intenção de poetizar a arte médica que trata dos doentes psiquiátricos atualmente, por isso conta com o jargão próprio da área da saúde sob a minha ótica como paciente, profissional e estudioso da questão.
Os demais poemas aleatórios constam de uma “Miscelânea” e abusam muito de palavras proparoxítonas e cada poema tem um tema variado, daí sua reunião nesta parte. É um livro para quem aprecia Literatura e o conhecimento geral, não apenas para se passar o tempo, sua temática não permite esse luxo. No mais, julgo este livro uma obra importante no seu tempo, e só o tempo poderá confirmar.
ISBN | 978-85-910-5120-5 |
Número de páginas | 120 |
Edição | 1 (2021) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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