SINTO... LOGO EXISTO
Os sentimentos caminham de mãos dadas, como num delicado balé invisível que nos envolve e transforma sem pedir permissão. Ora nos elevam ao céu mais azul, ora nos arrastam aos abismos mais sombrios — e nesse balançar se esconde o verdadeiro encanto da vida.
A alegria que desperta com o sol pode, de repente, recolher-se sob nuvens espessas. O amor, que traz cores vibrantes, às vezes se emaranha em ciúme e inveja, como rosas que, apesar de belas, guardam espinhos. A doce serenidade pode ser rompida pela impetuosidade da raiva, enquanto a esperança, essa velha amiga, por vezes vacila diante do desespero.
Como o vento, que ora acaricia, ora devasta, o coração humano é uma eterna metamorfose. Felicidade e medo, gratidão e culpa, orgulho e vergonha se alternam, dançando ao compasso da nossa existência. Somos uma coleção de opostos, onde a nostalgia se dissolve em saudades e a surpresa nos conduz da curiosidade à confusão. E há aqueles instantes raros em que, após a tempestade da ansiedade, repousamos no doce alívio da paz.
Os sentimentos são como o próprio homem: mutáveis, entrelaçados, eternamente em transformação. Somos feitos de contrastes, de luzes e sombras que se misturam. Nada é constante; o que hoje é orgulho, amanhã pode se converter em arrependimento. O que hoje é ódio, ao toque sutil da empatia, pode desaguar em amor.
Seguimos, sempre mudando, sempre recomeçando. Somos, afinal, uma “Metamorfose Ambulante”, reinventando nossa essência a cada instante. Não haveria sentido na vida se não fossem essas ondas que nos moldam.
Este é o segundo livro de uma série: no primeiro, abriguei os poemas da juventude; neste, reuni aqueles da maturidade. Em ambos inclui poemas que tentam captar os sentimentos — um esforço quase analítico de descrever o indizível. No princípio, pensei neles como blocos a serem usados em outras obras. Lêdo engano! O poeta nunca se repete, porque nunca amanhece sendo o mesmo. Cada verso é fruto de um instante irrepetível, da emoção do momento.
Estes livros são, acima de tudo, um relicário de momentos intensamente vividos e ternamente lembrados. Não pretendem oferecer respostas definitivas, mas partilhar fragmentos de minhas experiências, naa busca incessante por compreensão.
Se, ao final de lê-los, algo em você ressoar, se uma fagulha de reflexão iluminar seu pensamento ou um laço invisível o conectar à sua própria essência, sentirei que cumpri minha missão. Que estes poemas possam ser luz e sombra, tempestade e calmaria, eco e sussurro. Que possam, acima de tudo, ser vida. Porque, de algum modo, somos todos iguais e diferentes, numa eterna metamorfose.
ISBN | 978-65-266-3387-8 |
Número de páginas | 110 |
Edição | 1 (2025) |
Formato | 16x23 (160x230) |
Acabamento | Brochura s/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Estucado Mate 150g |
Idioma | Português |
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