Uma parte da narrativa passa-se em 2007; a outra, em 1972. Ambas ocorrem na fictícia ilha de Litosferius, situada à oeste da Austrália, pouco acima do Trópico de Capricórnio.
Este é o primeiro livro da Tetralogia Giselística do Infanticídio, que se completa com “Seminecrografia”, “Adorável Desespero” e “Frieza”. Esses livros funcionam como complementos, por tratarem de temas parecidos, ao mesmo tempo em que também funcionam, cada um, de maneira independente.
Narra-se neste livro a vida de Sally Lynn, uma jovem inteligente e criativa que provavelmente tem muito azar, pois por mais que tente realizar seus sonhos, vê todos eles transformarem-se em pesadelos. Não se conformando em viver uma semivida, resolve pôr um fim a esse sofrimento. No entanto, percebe não ter coragem suficiente para dar cabo de si mesma, e passa então a procurar alguém que a ajude. Em suas tentativas encontra Tom Foley, um fotógrafo rico do alto de seus 40 anos que é casado com uma artista plástica chamada Karina. Tudo se torna cada vez pior para Sally, pois Tom apaixona-se por ela e ela por ele. Mesmo sendo verdadeiro, o amor que Sally sente por Tom nada tem de libertador, contrariamente revela-se uma prisão (assim como sua vida).
Outra parte da narrativa, que talvez explique o porquê de Sally ter escolhido Tom para ser seu “carrasco-libertador”, passa-se no início dos anos 70, onde vivenciamos uma pitoresca passagem da infância de Tom, que o marcaria para sempre. Trata-se da relação do mais profundo ódio que ele nutria por sua irmã.
Nessa obra tentei fugir de todos os clichês da personalidade humana, pois eles são generalistas e, consequentemente, não se aplicariam a meus personagens. Os temas da “impossibilidade” do suicídio e do infanticídio são muito pouco discutidos atualmente, tanto que têm sido considerados como tabus, especialmente no Ocidente. Penso que já passou da hora de tratar de assuntos como esse, pois assassinos de crianças, suicidas e crianças homicidas sempre existiram, em maior ou em menor grau dependendo da época focalizada, e ignorá-los não ajuda a ninguém.
Tanto neste como em meus outros livros trato em especial dos inúmeros empecilhos que são impostos a quem se cansa desta vida e pretende abreviá-la, pois muitos desses empecilhos (refiro-me aqui no Brasil às leis anti-armas e que controlam a venda de venenos como cianetos) foram criados com base em preconceitos e os preconceitos impedem os seres humanos de evoluírem e de alcançar sua plenitude. Neste romance explicito idéias que, creio eu, ainda não foram discutidas em sua plenitude, porque tal como as doenças, os preconceitos precisam ser enfrentados, já que não se curam por si mesmos.
Número de páginas | 268 |
Edição | 1 (2015) |
Formato | A5 (148x210) |
Acabamento | Brochura c/ orelha |
Coloração | Preto e branco |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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