Obscuramente sacrificado,
Nada mais nos resta...
Seu túmulo não tinha nome gravado.
Ali jazia um poeta;
Ali jazia a Poesia...
Estimado menos do que a perda pagou
Sobre as torres da liberdade, ele fez,
Na sensibilidade do escrever, talvez,
O verão nivelar os campos em flor,
No chão desta terra onde levemente tocou.
Os jovens perdidos
Poderiam tê-lo conhecido
E sabido que o poeta era um insatisfeito;
Que a beleza terrena não lhe apascentava o peito.
Sob todas as formas
A própria morte deve dividir
Completamente as normas
Que pereceram aqui.
Quantos no auge de tudo o que encanta,
Foram coroados com todos os presentes
Que conquistam e atraem? De nada adianta
Quando só restam lágrimas pelos ausentes.
Nada mais...
A angústia das horas atrozes
Transformou seus últimos momentos em agonia
E fechou seus olhos moribundos aos algozes.
Era uma vez um poeta, um artífice da poesia.
Tudo isso não é amor...
É a escassez dos meus dias, assim vejo.
As páginas do volume que a rubrica não escreve,
O templo em tempos sem oração, sem louvor,
O teu lindo corpo nu,
O altar desbotado e a vela sem luz.
Os homens alcançam-se através de portais de triunfo,
Mas, através de um poste de lágrimas, saem do mundo.
Todo homem emudecido é poeta, tanto quanto dure sua emoção, tanto quanto as imagens, as sensações, as ideias afluem em seu cérebro, tanto quanto experimente uma sobre-excitação da vida sensível e intelectual; e a aptidão poética é tanto mais desenvolvida em si quanto capaz de emoções mais intensas, mais vivas e sobretudo mais fáceis para excitar. É isto o que constitui a poesia íntima, individual de alguma sorte. Mas isto não basta ao poeta.
Número de páginas | 157 |
Edição | 2 (2020) |
Formato | A4 (210x297) |
Acabamento | Brochura |
Tipo de papel | Offset 80g |
Idioma | Português |
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