O Padre Santo de Juazeiro

História do Padre Cícero

Por Sávio Hedwiges

Código do livro: 325661

Categorias

Biografia e Testemunho, Geografia E Historia, Religião, Historiografia

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Sinopse

Nessas páginas, falo sobre um padre que dedicou toda sua vida às pessoas, sem discriminar-lhes pela crença religiosa, condição social ou de qualquer outra natureza. Busco reportar-me às lembranças de meus

familiares, quando rememoravam alguns dos grandes sonhos do Patriarca, nos quais sempre incluía a proteção dos seus irmãos.

Características

Número de páginas 257
Edição 1 (2020)
Formato A5 (148x210)
Acabamento Brochura c/ orelha
Tipo de papel Offset 80g
Idioma Português

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Sávio Hedwiges

PERFIL DE UM ESCRITOR DOS “CARIRIS NOVOS”

Soube, através da Editora que publicou meu último livro, que, depois de lerem uma Sinopse, os leitores podem querer informação sobre o autor. Compreendi essa realidade através de uma pessoa chamada Fred, que não conheço ainda, mas considero amigo, e que integra o Clube de Autores. A Editora fez-me perceber a importância de falar para os leitores sobre minha trajetória como escritor.

Penso, então, que devo incluir as circunstâncias que me instigaram a curiosidade necessária para conhecer um pouco mais de minha região e, principalmente, para alimentar o ousado propósito de escrever um livro. Felizmente, contei com apoio de meus familiares, muito antes de me lançar num caminho que, a princípio, assemelhava-se mais a uma aventura.

Não possuo facebook, instagram, twitter... E não me sinto muito à vontade para falar de mim mesmo. Da mesma forma, não é fácil realizar esse trabalho que diz respeito às minhas pesquisas, sem me referir às pedrinhas que encontrei no caminho. Nem também ignorar as declarações injuriosas que se fizeram contra a antiga sociedade da região a qual Padre Ibiapina chamou de “Povo bom do Cariri”.

Descendo de famílias cearense, alagoana e norte rio grandense. Meu bisavô paterno, mestre José Edwiges, construiu o templo católico mais visitado em Juazeiro do Norte. Necessário acrescentar que ele foi um dos maiores amigos de Padre Cícero. Talvez aquele que mais conheceu as virtudes do bondoso sacerdote. Uma singela amostra do que afirmo se encontra numa das correspondências que Padre Cícero mandou de Roma para sua mãe, Dona Quinou, com respeito a uma plantação, quando diz que Mestre José não se negará com vista de nossas dificuldades... Além de constituir um dos documentos de livros que publiquei, a referida carta também faz parte dos arquivos pertencentes à Diocese de Crato e foi impressa também na obra O Patriarca de Juazeiro, escrita pelo Padre Azarias Sobreira. E, como já disse, o Sacerdote confiou àquele amigo a edificação da igreja da Padroeira, cujos trabalhos levaram mais de dez anos.

Padre Cícero morou vários anos vizinho à casa de José Edwiges. Considero importante dizer que as duas residências possuíam quintais comuns, a pedido do próprio Padre Cícero. O padre sempre contou com apoio desse amigo, a quem chamava sempre de “Mestre José.” Era na casa de nosso bisavô que o Sacerdote recebia os visitantes, quando a privacidade exigia. Um ano depois de residir na Povoação do Joaseiro, Padre Cícero já o convidava para edificar a igreja hoje conhecida por Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores.

Nasci na cidade de Juazeiro do Norte. Meu pai era natural desta cidade, e minha mãe veio ao Mundo na capital de Alagoas. Meu avô paterno e todos seus irmãos eram naturais de Crato, a que Joaseiro pertencia.

Sou formado em Letras e Direito. Também concluí pós-graduação em Planejamento Educacional. Professor concursado, trabalho em unidades de ensino do meu estado, conhecido por Terra da Luz, e no município de Juazeiro do Norte.

Já escrevi alguns livros, dentre eles História de Juazeiro do Norte (Editora Premius – Fortaleza – CE e A Vida Pastoral e as Memórias de Padre Neri Feitosa – Editora Cidadela – Porto Alegre - RS).

Aprendi ler com minha mamãe Luíza e com meu avô materno mestre Antônio. De meu papai recebi as primeiras lições de Matemática. José Edwiges Filho, meu avô paterno, como já disse, era cratense. Possuía vastos conhecimentos de História, universal e relacionada aos municípios de Juazeiro e de Crato. Ele almejava escrever a história juazeirense, com dois de seus amigos, o Padre Cícero Coutinho e o memorialista Sr. Otávio Aires. Isso deu-me vontade para conhecer mais a história da Região do Cariri, e, ousadamente, querer publicar um livro que falasse do Padre Cícero Romão Batista e da cidade que o padre amava tanto.

Mas as coisas não me foram tão fáceis, embora, a princípio, desejasse escrever apenas os testemunhos de meus parentes. Não custou muito, para que logo percebesse que muitas das narrativas repassadas pela minha família divergiam bastante dos livros publicados sobre o assunto...

Algumas das primeiras edições levadas ao público deturpavam muito a história do município. Não faziam justiça ao padre Pedro Ribeiro, sacerdote que primeiro celebrou missas no Povoado e que também iniciou a devoção à Padroeira. Na verdade, injuriavam a memória desse padre, também daqueles outros cidadãos que impulsionaram, com seus ideais e com seu trabalho, o desenvolvimento do lugar.

Observei, também, que os primeiros escritores jamais conheceram a realidade da antiga povoação. E pareceu-me que os novos autores buscavam, com muita ênfase, a literatura apressada daqueles livros.

As fake news (registradas em livro) produziram estrago no Cariri, há bastante tempo. Começaram logo depois que um visitante de nacionalidade inglesa visitou a Vila Real de Crato, lá por volta de 1838, publicando os resultados de suas pesquisas. Pergunto: Como a vila cratense poderia abrigar todas espécies de assassinos das outras partes do Brasil, sendo nosso país tão imenso e Crato, segundo avaliação daquele pesquisador, possuir somente 2.000 casas...

Embora muitas declarações do cientista revelem conhecimento profundo sobre os recursos naturais e a beleza da região, ele não demonstrou nenhum respeito para com a população local. Não se referiu, por exemplo, àqueles sentimentos de liberdade do povo cratense, nem aos documentos de alforria, passados em cartório, que libertaram escravos, mais de meio século antes da Lei Áurea. No mínimo, suas pesquisas foram incompletas.

Talvez o visitante estrangeiro não tenha vindo ao Cariri com duplo propósito, guiado unicamente por sua espontânea vontade. Não podemos afastar a hipótese de que ele tenha sido envenenado mentalmente. Nem que tenha recebido alguma vantagem, para fazer declarações tão maldosas. Algum adversário político talvez quisesse desgastar a imagem dos cidadãos de Crato, inclusive do deputado, senador imperial e depois presidente do Ceará, José Martiniano de Alencar. Este político cratense governou a Província a partir de 1834, e foi pai de um dos maiores romancistas brasileiros...

Retomando o fio da conversa anterior, não havendo concordância entre a história contada pelos meus parentes e livros publicados, fiz a pergunta a mim mesmo: Onde encontrar registros confiáveis, compatíveis com tudo que narraram meus avós, tios e pais? Por ventura há livro (s) que não tive a graça de ler? Não, não havia!

Busquei alguma luz nos documentos oficiais do primeiro cartório da Região e noutros mais, publicados no jornal mais antigo da Vila Real de Crato. Não que duvidasse das preciosas narrativas de meus familiares, repassadas tantas e tantas vezes. Queria pesquisar documentos, tê-los em mãos, apresentá-los aos leitores.

Os registros contavam mais de 150 anos. Nada muito claro, a princípio. Nos velhos manuscritos do cartório havia poeira de muitas décadas e na caligrafia antiga existiam palavras quase imperceptíveis. Além disso, todas edições do antiquíssimo jornal encontravam-se em microfilmes, arquivados na Capital. Meus elevados graus de miopia, na época, não ajudavam muito. Mas valeu a pena... Hoje, não uso mais óculos. Não possuo mais olhos míopes, pela graça divina.

“Descobri” que documentos deveras antigos concordavam, verdadeiramente, com os testemunhos de meus familiares. Por exemplo, como deixara óbvio minha tia Saló, o lugar onde nasceram os pais dela sempre foi conhecido por sua índole pacífica. Isto se confirmou pelos documentos pesquisados. Ou seja, os primeiros habitantes da Povoação do Joaseiro não praticavam desordem, crimes de qualquer natureza. Nem viviam entregues ao vício.

No jornal “O Araripe” que foi publicado vários anos na Vila Real de Crato, li matéria que falava em prisões de alguns, na região, até motivada por embriaguez, mas nenhuma notícia deprimente sobre o Povoado.

Portanto, a Vila Real de Crato não “chafurdava na lama” e os habitantes da Povoação de Joaseiro conheciam a importância do trabalho, os sentimentos de honradez. No dia 9 de Julho de 1864, nas páginas de O ARARIPE, um pai de aluno protestava, em nome dos cidadãos do povoado, contra o emprego condenável da palmatória, na única escola do lugar. Ia mais longe o pai de aluno: Sugeria que a escola tivesse uma Educação voltada para a fonte de riqueza do Joaseiro – sua Agricultura. Pois sim: Este documento encontra-se em Fortaleza, em micro filme, na Biblioteca Pública Estadual Governador Menezes Pimentel.

Pessoas respeitáveis cometem injustiça, às vezes, quando se apoiam em fontes indignas de crédito, para fazer suas declarações. Refiro-me a Rui Barbosa e Euclides da Cunha, por exemplo, lembrando as considerações que fizeram a respeito de Padre Cícero.

Os livros mentiam e mentiam, desbragadamente. Houve mesmo quem declarasse que o primeiro capelão do Joaseiro, Padre Pedro, havia doado escravos à Padroeira, sob condição destes zelarem pelo templo. Possuo também cópias dos originais daquelas alforrias. Não havia nenhuma cláusula que orientasse aquelas cartas de liberdade, com respeito à referida condição.

Escreveram até que o fundador de Juazeiro deu patente de capitão a Virgulino Ferreira. Padre Pedro não era estúpido, nem Padre Cícero também. “Eis o que, na verdade, Padre Cícero fez naquele dia, com respeito ao bandoleiro: Pediu que meu avô, José Edwiges Filho, entregasse um bilhete a Lampião. O sacerdote encontrava-se apreensivo, com a chegada do fora-da-lei, e as palavras do bilhete diziam apenas que Lampião se retirasse de Juazeiro. Virgulino não saiu, permaneceu na cidade. O padre teve de se encontrar com o cangaceiro, para que o mesmo fosse embora...

Com respeito ao Padre Cícero, espero que a Igreja canonize, com brevidade, esse padre venerado por cinco gerações de peregrinos. Lamento que, depois de tantos anos de estudos sobre o virtuoso sacerdote, Roma não o tenha beatificado. Inacreditável que tenham os Cardeais chegado à conclusão, em 2014, de que o julgamento de Padre Cícero, realizado em 1898, foi justo e justificado... Não foi justo, nem justificado!

O que disseram autores eminentes, sobre os livros desse escritor dos “Cariris Novos”

BARROS ALVES, JORNALISTA E ESCRITOR QUE PERTENCE À ACADEMIA DE HAGIOLOGIA E À SOCIEDADE CEARENSE DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA

Prefácio

Sobre Juazeiro e meu Padim Ciço

Juazeiro do Norte, a grande e próspera urbe situada no coração do vale caririense deveria chamar-se Juazeiro do Padre Cícero ou simplesmente Juazeiro do Meu Padim, tal o imbricamento histórico-cultural entre o nome do fundador da cidade, aquele que viria a ser cognominado “Taumaturgo do Nordeste”, e a comunidade que em meados do século XIX não passava de meia dúzia de casas de taipa e 20 anos depois, sob as bênçãos e a ação religiosa do então pároco da aldeia, se tornara uma cidade em constante processo de desenvolvimento sócio-econômico e cultural. O nome de Juazeiro do Norte está, portanto, no seu todo, ligado umbilicalmente ao nome do Padre Cícero Romão Batista.

Esta condição histórica não pode fugir ao olhar perscrutador do historiador ou do pesquisador das ciências sociais. Isto, certamente, não passou despercebido ao professor Sávio Hedwiges, um desvelado estudioso da terra e do povo que ao longo dos pouco mais de cem anos criou um verdadeiro oásis civilizatório e de religiosidade em meio à aridez dos imensos sertões nordestinos. O autor deste livro conta-nos de forma elucidativa essa bela história em que o povo de uma comunidade culturalmente rica tem a sustentar-lhe as lutas e os sonhos a figura de um patriarca que dedicou a vida inteira ao serviço do seu povo, o Meu Padim Ciço, cuja biografia está também delineada nessas páginas. O autor, firmado em pesquisas e na experiência do seu cotidiano de romeiro, desempenha seu papel de contador dessa vibrante história do Juazeiro e de seu fundador, com o empenho de quem é mais do que um pesquisador, porque o faz com devoção.

Todo aquele que conhece o Meu Padim Ciço e a Terra da Mãe de Deus, seu povo e seu legado de lutas, apaixona-se por eles e se transforma em romeiro. Os que ainda não tiveram essa fortuna, ao lerem o livro do Sávio certamente passarão a aquilatar a possibilidade de “romeirizar-se”, para seguir o grande séquito daqueles que na procissão da vida conta com um advogado nos pródromos da glória celestial, o Meu Padim. É certo que Meu Padim ainda não está sagrado pelo canônico direito de ocupar o pedestal dos altares dos templos católicos, mas já ocupa um lugar perpétuo no coração de todo sertanejo e de todo nordestino. Não importa que as muitas versões da história que lhe são desfavoráveis ocupem páginas e páginas de heréticas biografias. O certo é que a biografia que merece o compartilhamento de milhões de romeiros é aquela saída da imaginação romeira, coberta pelo manto sagrado do mito que há muito já se transformou em santo pela piedade das muitas levas de romeiros que enchem as ruas de Juazeiro durante quase todos os dias do ano.

O Padre Cícero retratado por Sávio carrega consigo, sobretudo, esse justo viés do santo que o povo canonizou. Um homem que ainda em vida deu mostras de ter sido escolhido por Deus para realizar uma missão transcendente, para desenvolver uma ação amorável em favor de um povo sofrido em uma terra seca. Esse homem que desde o início da carreira sacerdotal carregava eflúvios do divino; e esse povo que se fez seu rebanho ad aeternum são o objeto das perquirições do historiador Sávio Hedwiges. O livro que sai dessas elucubrações é o que ora o leitor tem em mãos e que certamente o fará compreender em maior profundidade o fenômeno do Juazeiro, Terra da Mãe de Deus, Nossa Senhora das Dores; bem como a grandeza de sue fundador, o Padre Cícero Romão Batista, Meu Padim, padrinho de todos os nordestinos.

DANIEL WALKER, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO, JORNALISTA, ESCRITOR DE VÁRIOS LIVROS SOBRE A HISTÓRIA JUAZEIRENSE E PADRE CÍCERO

APRESENTAÇÃO

Com a publicação deste livro Sávio Edwiges presta um significativo trabalho à bibliografia de Juazeiro e de Padre Cícero, pois o livro está repleto de fatos interessantes e históricos. É uma continuação do seu livro anterior, acrescido de fatos novos.

Chamou-me particularmente a atenção informações que eu não conhecia sobre a vida do Padre Pedro Ribeiro de Carvalho, primeiro capelão de Juazeiro, e de outros membros da família do brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro.

Com sua perspicácia de pesquisador, Sávio vai fundo nas suas pesquisas, visita cartórios se debruça sobre documentos antigos e históricos, e assim conseguiu chegar aonde muitos ainda não chegaram, especialmente no toante às informações sobre o Juazeiro primitivo.

Como já ficou bem explícito nos seus dois livros anteriores sobre a história de Juazeiro, ele tem combatido com muita veemência os autores que descreveram o passado desta cidade - antes da chegada do Padre Cícero - como sendo aqui José Sávio Sampaio Edwiges um antro de perdição, um povoado promíscuo. Dentro da sua ótica de observação e ancorado em documentos que ele julga insuspeitos, sua conclusão é que muita coisa não corresponde à realidade descrita por aqueles autores.

Dessa forma, segundo a versão de Sávio, padre Pedro Ribeiro construiu uma comunidade dentro dos princípios da moral cristã e os primeiros habitantes do povoado de Juazeiro eram pessoas honradas e que viviam em harmonia. Padre Pedro foi um verdadeiro civilizador. Assim, quando Padre Cícero chegou ao povoado já encontrou uma comunidade ordeira, resultado do trabalho edificante realizado pelo primeiro capelão e pelos seus sucessores.

Sobre a Família Bezerra o autor traz à tona diversos documentos que comprovam a atuação dos membros dessa família na origem e no desenvolvimento de Juazeiro. Aqui ele discorre sobre as doações feitas pela Família para formação do Patrimônio de Nossa Senhora das Dores, Padroeira do lugar, das cartas de alforria concedidas muito antes da proclamação oficial da libertação dos escravos no Brasil e da ajuda prestada às vítimas da epidemia do cólera morbo que dizimou parte da população caririense.

Sávio também descobriu muitas novidades nas páginas do jornal O Araripe, o pioneiro da imprensa caririense, fatos que sem dúvida ilustram de forma categórica a história do Juazeiro antigo, quando povoado pertencente ao Crato. Nos demais capítulos o autor discorre sobre temas já conhecidos na história de Juazeiro e do Padre Cícero, como a questão do milagre, a emancipação política, a Revolução de 14, entre outros, mas que aqui são descritos sob sua ótica de observação e contestação.

E encerra a obra trazendo como Apêndice algumas considerações sobre o processo de reabilitação do Padre Cícero, desde a iniciativa do Padre Jesu Flor, as impressões da Irmã Annete Dumoulin sobre a missão de Padre Cícero, e da Irmã Ana Teresa sobre as virtudes de Padre Cícero, além de uma cronologia com as datas mais significativas da história de Juazeiro do Norte. Enfim, este livro de Sávio Edwiges é mais uma obra de referência para a bibliografia desta cidade e sua publicação vem no tempo certo, quando o município festeja seu centenário de independência.

JOÃO HILÁRIO COÊLHO CORREIA, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO APOSENTADO (URCA), RADIALISTA, EX-PREFEITO DO MUNICÍPIO DE BARBALHA

APRESENTAÇÃO

A presente obra apresenta materiais textual e iconográfico capazes de torná-la um verdadeiro objeto de consumo de estudiosos e pesquisadores da história de Juazeiro. Seu conteúdo mescla a clareza dos fatos históricos com a visão imparcial do seu autor.

Padre Cícero e a Verdadeira Origem da “Povoação do Juazeiro” revela um autor preocupado na correção dos fatos e na intransigente defesa dos seus principais protagonistas. Com este trabalho, José Sávio Sampaio Edwiges insere-se rol dos juazeirenses que contam e fazem história.

Formado em Letras e Direito e pós-graduado em Planejamento Educacional, Sávio condensa suas formações acadêmicas, nesta pesquisa, somando-as ao que ele próprio tem a ver com a história de Juazeiro, da qual pode falar com autoridade de bisneto de um dos maiores construtores da cidade. Para inseri-lo ainda mais na história, seus familiares moraram vizinho ao Padre Cícero.

Seu bisavô, José Edwiges Bezerra, a quem o Padre Cícero chamava de “Mestre”, foi o construtor da Igreja – hoje Santuário – de Nossa Senhora das Dores. O que ele construiu com suor, tijolos e telhas, o seu bisneto hoje reconstrói com pesquisas e palavras.

Ao passar três anos pesquisando e três semestres escrevendo, Sávio produziu uma obra que acrescenta. Sua feitura desapaixonada, apaixona pela simplicidade e concisão de sua linguagem.Ela possibilita uma leitura fácil, ao mesmo tempo em que permite uma imersão na cronologia e na essência dos fatos e dos seus personagens.

Esta obra cresce de importância ao coincidir com o movimento que vai a Roma pedir pela reabilitação do Padre Cícero. A propósito, a comitiva que vai à Santa Sé, deve levar em mãos Padre Cícero e a Verdadeira Origem da “Povoação do Juazeiro”, como aporte aos argumentos que justificam e enaltecem a grandeza do Padre Cícero. Que o façam!

PROFESSOR RAIMUNDO ARAÚJO, ESCRITOR DE VÁRIOS LIVROS, INCLUSIVE SOBRE PADRE CÍCERO

ABORDAGEM OPORTUNA

Padre Cícero e a Verdadeira Origem da “Povoação do Juazeiro”, é o título do livro de estréia do juazeirense José Sávio Sampaio Edwiges. Fruto, indubitavelmente, de uma pesquisa de ordem histórica, onde o autor fez uma abordagem sobre o Patriarca de Juazeiro e o arraial de então, fundado pelo Padre Pedro Ribeiro, nosso 1o Capelão.

A construção da Capela (1887), os primeiros habitantes, o fenômeno do Sangue Precioso na Boca da Beata Maria de Araújo, as Comissões de Inquérito, as Pastorais do Bispo Dom Joaquim José Vieira, a Suspensão de ordens do Padre Cícero, a Decisão do Santo Ofício, a Viagem do Padre Cícero a Roma, a absolvição do Padre Cícero, o retorno do Padre Cícero a Joazeiro no dia 06 de outubro de 1898, a autonomia política de Joazeiro, a proibição da construção da Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a elevação de Joazeiro a Município, o Padre Cícero Prefeito, o Pacto dos Coronéis, a Revolução de 1914 e a reunião da Assembléia do Ceará, em Joazeiro, para aclamar Dr. Floro Presidente do Estado, são alguns dos temas abordados neste livro.

São vertentes importantíssimas, caro leitor, para você ficar a par da nossa história, e, conseqüentemente, com condições de debater os assuntos que digam respeito à mesma, o que não deixa de ser salutar para um bom ciceropolitano.

Gostaríamos de asseverar, que nessa obra, o autor fez o possível e o impossível para colocar o leitor em dia com a história da terra do Padre Cícero.

Ressalte-se, todavia, que não se trata de uma obra de cunho acadêmico, nem tampouco de uma tese sobre “O Cearense do Século”, não! As linhas escritas pelo Prof. Sávio Edwiges, estão ao alcance do povão, do leitor sedento de conhecimento e de uma gama de cicerófilos e juazeirenses de quatro costados.

Enfim, este livro é produto de um trabalho exaustivo, para não dizer “de mouro”, que José Sávio alinhavou para você se locupletar de subsídios da história da cidade de Juazeiro e do seu fundador e benfeitor maior, Padre Cícero Romão Batista.

Logo, tanto a obra como o autor, merecem louvor, aplauso e reconhecimento da comunidade juazeirense, máxime, dos intelectuais, dos estudantes, dos professores, dos pesquisadores, dos historiadores e dos estudiosos do assunto, que obviamente, incentivarão o autor a prosseguir a caminhada, a se aprofundar e a garimpar dados preciosos, para que a biografia do Padre Cícero fique mais alentada e a história de Juazeiro mais opulenta em todos os aspectos.

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