O livro A CARTA QUE NUNCA ESCREVI é um romance de fundo histórico e biográfico, uma vez que se baseia na história real da mãe do autor, Dona Joaquina, ou simplesmente Kina, como o autor propõe. Mulher que é nesse contexto a sua musa inspiradora. Nesse emocionante romance, o autor nos apresenta um mulher octogenária, revisitando suas memórias e revivendo sua vida a partir de suas lembranças e narrativas que faz aos seus ouvintes, a principio o seu neto Emannuel e depois a sua neta. Um texto cheio de emoções e poesia que revelam o olhar cúmplice e devotado de um homem que oscila entre o lugar de filho contemplando admirado à mãe conforme a retém em si, na sua imagem, certamente carregada de idealizações, e o homem poeta, analítico e observador que faz da sua prosa poética o veículo com o qual procura apreender e apresentar essa mulher que é um monolítico ante seu olhar contemplativo.
A leitura é fácil e aprazível proporcionando um mergulho em um universo já em muito desfigurado, localizado na majestosa Chapada dos Veadeiros, local de nascimento do autor, a narrativa apresenta aspectos diversos daquela localidade e proporciona ao leitor um incursão por tempos, práticas e cenários já em muito, ultrapassadas e perdidas.
A dor de Kina por andar às cegas pelo mundo, por não saber ler e o fato de todo o roteiro girar em torno da figura de um carta, que não é real, mas fictícia e que poderia ter sido escrita, lida e enviada. Essa carta é o mote que norteia o fio do romance e vai estabelecer o resultado de um encontro amoroso, a saber, entre Kina e Lao, o seu grande amor e a partir desse encontro uma história de amor fecunda vai se estabelecer.
A CARTA QUE NUNCA ESCREVI é uma leitura para quem tem sensibilidade e olhos atentos para a complexidade que constitui as histórias de amor e de vida. Mergulhe já nessa narrativa e veja por si mesmo, os meandros de tão belo texto.
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