A Rede Cegonha assegura um atendimento de qualidade, humanizado às gestantes e recém-nascidos, promove a integração das ações e a conexão entre os serviços de saúde pautada na integralidade, no acesso, no acolhimento, na resolubilidade e na produção do cuidado em rede. Objetivo: Analisar a percepção dos profissionais da Atenção Primária à Saúde e das gestantes sobre as ações da Rede Cegonha, para caracterizar a produção de cuidados, os fluxos estabelecidos, os desafios apresentados e elaborar estratégias de superação. Método: Pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, mediante entrevistas semiestruturadas com 33 gestantes, usuárias das unidades da Atenção Primária à Saúde, e realização de grupos focais com 35 profissionais que atuam em Unidade Básica de Saúde e nas equipes de Saúde da Família. Utilizou-se a análise de conteúdo, modalidade temática. Resultados: O processo de trabalho nas Unidades Básicas de Saúde mantem-se focado no médico, com poucas atividades da enfermagem. Nas equipes de Saúde da Família há participação mais ampliada da enfermagem. Poucas atividades ligadas à Rede Cegonha são reconhecidas, com apropriação insuficiente sobre os fluxos e organização em rede. Os desafios são mudança para o modelo de cuidado integral convivendo com o modelo biomédico, o processo de comunicação entre os serviços de saúde na Rede Cegonha, a valorização da produção quantitativa do cuidado, falta de infraestrutura material, exames e número de profissionais. Na visão das gestantes o cuidado é realizado pelo médico na Unidade Básica de Saúde e pelo médico e enfermeira na Saúde da Família. Como necessidades não atendidas referem a pouca oferta de ultrassom gestacional e pouca informação com relação ao parto. Considerações Finais: Há necessidade de investir na formação dos profissionais de saúde sobre as políticas públicas e Rede Cegonha; rever a organização do fluxo na Rede Cegonha com a Secretaria Municipal da Saúde. As gestantes sugerem rever o número de ultrassons e ações direcionadas de promoção à saúde para o cuidado humanizado, com escuta ampliada como eixo estruturante das práticas.
Palavras-chave: Política Pública. Serviços de saúde materno-infantil. Integração de sistemas. Saúde da mulher. Assistência à Saúde.
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