Igual caminhante atento, Paulo não tropeça na Porto Alegre dos buracos, é no Canto dos Olhos que se fixa e apruma versos. Este poço eclético, economista e polemista, tira a pose de professor, e nos fala como poeta.
“Ah! Enfim o compreendi. /Já não me intimidas/ Oh, universo!”
São versos que deixam de lado um “Oh de casa” e já vai entrando. Aí vem verso que para de pé, alça voo como uma gaivota e vai destas folhas para a Eternidade.
Desvestido, canta os encantos de Marilyn, a ousadia juvenil de Harrison, lança dardos para a mulher “que nesta ilusão me arraste/do incerto qualquer/ para o que der e vier”. Sem esquecer do negro Abdias: “Meu país negro/ Tão cheio de dores”.
Paulo Timm diz das perdas e das incertezas e da Finitude. “Não só a vida se acaba/ Nela se acaba tudo também”.
E vêm com suas trovas, joias em quatro versos: “Assim caminha a humanidade/ Na base do vale-tudo/Os tolos não param diante de nada/ Os sábios diante de tudo”.
E há crônicas que são seus rabiscos da vida. Por fim, ainda nos brinda com alguns bons pensamentos que nos fazem amar mais a filosofia.
Adeli Sell
Professor e escritor
| Número de páginas | 120 |
| Edição | 1 (2025) |
| Idioma | Português |
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